Martelo d'o marco do meio-dia
Antonio nóbrega
A bandeira do sol estrala ao vento
E soa a minha voz de cantador,
Num protesto do sonho contra a dor,
A pobreza do povo e o sofrimento.
Nas estrelas do canto, o pensamento
Ergue um marco que é só anunciado.
Nossa sorte de povo injustiçado
É vencida por nós ao som da luta,
E, no meio do palco, o que se escuta
É o sol da justiça do sonhado.
E soa a minha voz de cantador,
Num protesto do sonho contra a dor,
A pobreza do povo e o sofrimento.
Nas estrelas do canto, o pensamento
Ergue um marco que é só anunciado.
Nossa sorte de povo injustiçado
É vencida por nós ao som da luta,
E, no meio do palco, o que se escuta
É o sol da justiça do sonhado.
Ao final desta dança bela e forte
Sou eu o cantador, dono da casa,
E, com versos de sangue, fogo e brasa,
Forjo o marco e celebro a minha sorte.
No viola, eu vou batendo a morte
E assumindo a coroa de guerreiro.
Ao cantar meu país, sou o lanceiro,
Olho o sangue ferido do meu povo
E sonho, ao meio-dia, um canto novo,
Levantando este marco brasileiro.
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