Anzol jubarte

Arquiteta

Anzol jubarte
Por quanto se vende o bom gosto
Que ela tem em seu rosto
Pra ser feliz de um jeito comum?
E por quanto se vende um sonho pra qualquer um?

Queria um lugar pra parecer de verdade
E também pra esquecer
Que eu não combino comigo
Morar na vida de um desconhecido

E ela me trouxe um projeto
Com vidro e sem teto
Morar na cidade
Desconforto, um deserto
Elegante, indiscreto
O futuro é incerto
Matar a saudade
Com arma barata
E enterrar com concreto

O doce silêncio que ela trouxe de fora
Pr'eu não ouvir o perigo da rua
Nem os gritos de quem me pede ajuda

Não tente parar
Não tente entrar pela sala.
É só fingir que é tão simples viver
E ter que encarar a chuva sem se esconder

E ela me trouxe um projeto
Com vidro e sem teto
Morar na cidade
Desconforto, um deserto
Elegante, indiscreto

O futuro é incerto
Matar a saudade
Com arma barata
E enterrar com concreto
Me pintar de moderno
Jogar fora o meu terno
E meu piano de cauda
Um quarto em jacarandá
E toda flora é de inverno

E ela me trouxe um projeto
Com vidro e sem teto
Morar na cidade
Desconforto, um deserto
Elegante, indiscreto
O futuro é incerto
Matar a saudade
Com arma barata
E enterrar com concreto
Com vidro e sem teto
Morar na cidade
Desconforto, um deserto
Elegante, indiscreto
O futuro é incerto
Matar a saudade
Com arma barata
E enterrar com concreto

Encontrou algum erro na letra? Por favor envie uma correção clicando aqui!