Feridas de abril
Apologia sulOntem lutei por quem hoje nos dá golpes, isso faz mais ainda doer
Ruas com sangue de quem lutou, por dias sem bombas de gás
Ardem os olhos mas, não esqueceremos do massacre jamais
Beto, te escrevo um verso porque alguém deixou seu ego em 88 mês de agosto no protesto
Escuta o choro antes que outra bomba estoure, como deixar o seu nome na história você que escolhe
Tô na luta, tô no luto, grito porque acredito no filho de quem me aponta o escudo
Oro por irmãos que caem do lado, a bala que vem do estado mancha o giz a mão em riste tá meu punho
Recebo uma carta por cada bala disparada, a dor na carne, não é de festim
Imaginei nessa folha de caderno uma praça sem crianças nem brinquedos, muito menos um jardim
Calados nos querem, sentados nos querem mas, não fugiremos à luta
Homens e mulheres, a paz todos querem mas, não fugiremos à luta
A todos que são vítimas do estado, nas salas de aulas ou nas ruas, paz
Fotografia em preto e branco, choque, lembranças pra não esquecer
Ontem lutei por quem hoje nos dá golpes, isso faz mais ainda doer
Ruas com sangue de quem lutou, por dias sem bombas de gás
Ardem os olhos mas, não esqueceremos do massacre jamais