Veneno
Ariadne
Estava morrendo de nojo o pobre veneno
Sentado sério ao lado do seu centésimo trigésimo quinto corpo
Sua boca seca
Tinha gosto de esgoto
Veneno nasceu bom
Mas, se cansou logo cedo
Sentado sério ao lado do seu centésimo trigésimo quinto corpo
Sua boca seca
Tinha gosto de esgoto
Veneno nasceu bom
Mas, se cansou logo cedo
Fugiu para o mato para ver se aquietava
Sonhava em ter de novo sua paz perdida
Com o tempo, Veneno conheceu as peles de canela
E achou bom ter consigo de novo uma jovem tão linda
E ficou louco
E ficou zonzo
Já chamava de menina a lua e de lágrimas as estrelas do céu
Estava bêbado
Do mel puro que ela lhe dava de beber com tanto gosto
E ficou de novo bom
E chamou de pai, Deus
Estava feliz e queria mais
Mas, mais mais
Ela não quis
Veneno não mais dormiu
Ele enlouqueceu
Matou a fonte do mel puro e fugiu
Depois de renascer ele retornou
A santa desgraça diária de seu inferno natal
Não quis
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