Essa nega fulô
Ariel
No século passado
Num banguê do meu avô
Surgiu uma escrava
Que se chamava fulô
Pelas suas qualidades
Foi escolhida pra mucama de sinhá
Num banguê do meu avô
Surgiu uma escrava
Que se chamava fulô
Pelas suas qualidades
Foi escolhida pra mucama de sinhá
E deslumbrada
Pelos objetos da senhora
Ela tirava sutilmente
Peças e mais peças sem parar
Finalmente descoberta
Foi submetida aos açoites do feitor
Corpo belo, desnudado
Mesmo no tronco amarrado
Despertou a cobiça do senhor
Mas a nega fulô
Esqueceu o castigo
E voltou a errar
E o senhor
Sem qualquer hesitação
Pretendendo castigá-la
Acaba lhe entregando o coração
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