Arlindo neto

O canto livre de angola

Arlindo neto
Semba de lá, que eu sambo de cá
Já clareou o dia de paz
Vai ressoar o canto livre
Nos meus tambores, o sonho vive

Vibra! Oh Minha vila
A tua alma tem negra vocação
Somos a pura raiz do samba
Bate em meu peito a sua pulsação
Incorpora outra vez kizomba e segue na missão
Tambor africano ecoando, solo feiticeiro
Na cor da pele, o negro
Fogo aos olhos que invadem
Pra quem é de lá
Forja o orgulho, chama pra lutar

Reina ginga ê matamba
Vem ver a lua de Luanda a nos guiar
Reina ginga ê matamba
Negra de zambi, sua terra é seu altar

Somos cultura que embarca
Navio negreiro, correntes da escravidão
Temos o sangue de angola
Correndo na veia, luta e libertação
A saga de ancestrais
Que por aqui perpetuou
A fé, os rituais, um elo de amor
Pelos terreiros (dança, jongo, capoeira)
Nascia o samba (ao sabor de um chorinho)
Tia ciata embalou
Nos braços de violões e cavaquinhos a tocar
Nesse cortejo (a herança verdadeira)
A nossa vila (agradece com carinho)
Viva o povo de Angola e o negro rei Martinho

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