Temporada de caça
Ato favelaMissão favela demorou essa é a hora
Pânico lá fora rajada cheiro de morte
Sirene de polícia ecoam na zona norte
Treta e desordem é sinistra a calada
Choro de mãe no desespero caixão de lata
Desgraça um grito no cativeiro
Ladrão querendo dinheiro e o refém quase morrendo
E o banqueiro sequestrado no seu carro
Com a conta esvaziada na cena de assalto
Este é o relato de mais um no mundão
Que pra vive enquadra boy pique malhação
Puxa o cão e dispara contra o sistema
Prefere matar ou morre que no pulso ter algema
E com a escopeta demoro eu vou entra
No saguão do seu prédio rouba e te mata
Pra no jornal passa como monstro assassino
Rico fazendo passeata eu assistindo e sorrindo
Esse é o destino do povo humilde brasileiro
Que não tem nada nem passagem pro estrangeiro
Nem casa apartamento na mente é só distúrbio
Pique especialista em no crânio fazer furo
E o futuro a sua filha tremendo
Com seu corpo metralhado pela arma do sargento
Causa medo a frieza do arrombado
Exibindo na notícia seu corpo decapitado
E isso é fato mesmo na hora da morte
Pensa no dinheiro dentro do carro forte
Uma pá de malote brilha o olho do ladrão
Que pensa em se levanta mas acaba num caixão
Destruição biqueira contra biqueira
Matando seus iguais pelo ponto de venda
Causa tristeza para o povo da favela
O veneno que escorre é o sangue nas vielas
Tragédia e na mente a desgraça
Campolím Sorocaba se prepara
Que a temporada é de caça
Perigo acionado o gatilho
Barulho de sirene
Duelo polícia e bandido
Perigo acionado o gatilho
Morte sai do oitão
Vítimas do raciocínio
Tipo uma ponto quarenta engatilhada na cara
Rajada disparada em quem deu mio na quebrada
É mais um que raja e esta é a realidade
Assassinatos com requintes de crueldade
Nesta cidade máquina de fazer vilão
Se não tenho opção vou mesmo mete o oitão
Tenho medo não desconheço essa palavra
Mas sigo ao pé da letra os conselhos que minha mãe me dava
E desabafa sei que ela quer meu bem
Nenhuma mãe quer ver seu filho na cadeia ou na febem
E disto eu sei por experiência própria
E isso não se ensina em nem um livro de histórias
Vida sem glória mas a e fazer o que
Me sujeitar não vou to na batalha pra vencer
E ser outro ladrão com o canhão na mão
Enquadrando no sinal invadindo a mansão
E essa é a questão quem tá certo quem tá errado
O final sempre o mesmo outro caixão ganhado
Mas fica deitado ai sem fazer nada
Prefiro ir em frente carregando a quadrada
Pra atirar na farda ou na câmera guela
Com a mídia dizendo é só mais um que não presta
Sou ato favela renascido das cinzas
Com um escudo no peito chamado periferia
Dia pós dia é só tristeza e lamento
Atirando no boy e se tornando detento
É mais um do gueto que invade o apartamento
Pega o dinheiro as joias e sai correndo
Já estou vendo você não tem segurança
Não tem guarda costas não tem esperança
Achando que a distância é o que pensa que te refresca
Mesmo assim invado o condomínio e atiro na sua testa
Vai logo eu to com pressa esvaziando o cofre
O dedo tá coçando digite o código ou ore
Pois a nove
Já tá na mão e na mente a desgraça
Ibití sorocaba se prepara
Que a temporada é de caça
Perigo acionado o gatilho
Barulho de sirene
Duelo polícia e bandido
Perigo acionado o gatilho
Morte sai do oitão
Vítimas do raciocínio