Paz

Hoje eu acordei mais cedo,
acordei com medo de pegar o jornal.
Podia ser mais uma bomba ou a terceira guerra mundial.

Hoje eu acordei com sede.
Cego e sedado na vingança.
De quem rezava a esperança no projétil de uma M-16.

Um beijo , trago, um gole no gargalo,
rosto ao vento pelo vidro do carro,
são pequenas coisas fazem um grande dia de paz
Um país de raça
onde o Cristo nos abraça
e a massa popular ainda disfarça,
continua só fingir não perceber.

Muitos gripados numa guerra fria,
sacrificados na cruz da guerra santa.
E o que me espanta encanta muitos do lado de lá.

As fronteiras, as trincheiras,
as conversas numa concentração,
hoje são só cicatrizes de quem pode voltar.

Vou me fazer feliz e crer
em algo que eu possa almejar.
E que ainda exista a PAZ na química da bomba nuclear.
Vou me fazer feliz e ser alguém que eu possa acreditar.
E que ainda exista a PAZ alma popular.

Eles não pensam mais...
ao mundo tanto faz,
a raça humana está a se devorar
Enquanto eu corro atrás de um dia de paz
a raça humana está a se devorar.