Uma voz no tempo

A chuva vai lavar as marcas no chão.
Mas, não pode apagar o que me consome.
Se meus dias fingem passar a vida por mim.
Conto as horas pra esquecer que existe fim.

Essa voz.
Esse cheiro.
Sentimentos que eu nem sei usar.
Vem me prender.
Vem me lembrar.

Mas, ainda escondo o meu sorriso.
Das memórias que não vão parar de me encontrar.
Não vão parar de me encontrar.

Não mude o meu modo de enxergar o que eu preciso pra viver.
E mesmo se eu voltar a ver meus olhos vão fechar.
Não grite se eu puder ouvir.
E não devolva o que eu perdi.
Cansei de me curar e me curar e me curar.

Dessa voz.
Desse cheiro.
Dos sentimentos que eu não quero usar.
Pra me prender.
Pra me controlar.

Mas, ainda escondo o meu sorriso.
Das memórias que não vão parar de me encontrar.
Não vão parar de me encontrar.
Pra me fazer voltar a ser alguém que não pode mais tentar.
Alguém que não pode mais tentar.
Sem você aqui.