Eleitor envergonhado
Baltazar violeiro e martinhoLá não tem estrada e nem cirva de carro é trilheiro de barro é terreno alagado
Não existe ponte minha passarela é apenas pinguela de tronco tombado
E mais quatro horas de mata fechada, dentro das picadas feitas de machado
Fiz a minha choça com quatro forquilha, lá dentro da ilha estou refugiado
Não sou pescador, nem sou caçador, sou um eleitor que esta envergonhado
Lá não ligo radio, não quero noticia, com tanta injustiça estou revoltado
Não vejo jornais e nem televisão pra não ver o ladrão que eu tenho apoiado
Muitos me perguntam se não tenho receio de viver no meio de bichos malvados
Aqui sei que tem muitas onças pintadas, tem cobra enrolada e de bote armado
Mas sempre respondo isso não é perigo, maior inimigo não vem pra esses lados
Tá sempre andando de terno e gravata, distante da mata e de carro importado
Sei que tem prefeito e tem vereador, tem governador, ministro e deputado
Que vende a palavra por mixaria, se torna anistia é fato consumado
Eles que são urutus cruzeiro, e os brasileiros estão sendo atacados
Como é que pode o povo ser feliz, vendo seu país ser sempre lesado