E aí, doutor?

Não vá dizer que eu não enxergo,
Eu só quero respirar
Poder cantar, rir e gritar
Quebrar o velho e antiquado

Ser menos eu, contradizer,
Não ser mais o bom rapaz
Seguir em frente, desatento
E permitir-me só viver o inexperado

E a cada passo ir além de mim
Pouco me importa se esquecer quem sou

Quanto mais penso,
Mais eu estagno
Quero inflamar, movimentar,
Articular, me recriar

Não tentar ser, o fraco herói
Ser mais sagaz, talvez algoz
Não ter pudor, enlouquecer
E ai doutor, o que fazer?

E a cada passo ir além de mim
Pouco me importa se esquecer quem eu sou

Feche os olhos e me esqueça, pois
Hoje não serei um bom exemplo

Feche os olhos e me esqueça, pois
Hoje não serei um bom exemplo