Quer beber

Tu toma cuidado Genival
Um dia desse você vai se dar mal
Genival matou um gato e botou colorau
Coentro, cebola, cominho, almeirão brejeira, alfavaca de cheiro
E só num botou sal
É que o genival sofria uma revolta sem tamanho
E resolveu dar um almoço pro doutor demônio
Pra fazer sucesso e melhorar seu ganho
Tentou dar um almoço pro doutor demônio

Quinta-feira da paixão Genival tava de copo e garrafa na mão
Achou um gato e chegou na encruzilhada
Arriou a cachaça e o gato no chão
Era meia-noite fora de hora
E ele disse: Agora é hora! Quem quiser comer do gato que chegue agora

Tu toma cuidado Genival
Um dia desse você vai se dar mal
Um pé de vento começou redemunhá
Apareceu um bode preto com os olhos esbugalhados
Cachorro pedicerado, com olhos estufados
Um porco faltando um quarto
Um gato faltando um lado
Genival se assombrou-se e caiu desmemoriado
O porco roncava, o gato miava, cachorro latia
O bode bodejava, bufava na venta e berrava: Bébé qué pedi babá
Uma voz rouca gritava: Tá vivo que eu vi deitar!

Chama iaiá pra sangrar
Bota no bambuê pra pelar
Gritavam, sorriam, faziam pirraça
Comeram o gato, beberam a cachaça
Numa nuvem de fumaça desapareceram no ar
Coitado do Genival!
Quase se borrou nas calças, desonerou na retanga
Tamburou, rolou na canca
Cauê, caô, camará