Cal e cinzas
Betina
Nenhum dos garranchos irônicos
Nem mesmo os dizeres proféticos
Os moralistas atônitos
Ou os pensadores do século
Nem mesmo os dizeres proféticos
Os moralistas atônitos
Ou os pensadores do século
Nem o corpo solto na cama
Um verso crú de quem já não ama
E o gosto áspero de fumaça
Pintando em cal e cinzas
O enredo da sombra marcada
No chão, no tapete, cortina
No feixe de luz da entrada
Nem a inundação da loucura
Com a força da correnteza
Nem os tumultos paulistas
A falsa absoluta certeza
Nem a crise existencial
Nem a noite nua
Minguando as cores
Pintando em cal e cinzas
O enredo da sombra marcada
No chão, no tapete, cortina
No feixe de luz da entrada
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