Bia naue

Dantes

Bia naue
Nada era como dantes
Na colina dos profetas,
Com promessas fulgurantes
Que se faziam nas festas,
Tudo era alegoria
E o povo todo aplaudia
Se deixava inebriar.

Eram todos diamantes
Lapidados e polidos,
Bem vestidos e falantes
Dava gosto aos ouvidos,
Contavam suas memórias,
Vendedores de histórias
De bandidos vencidos.

O sertão vai virar mar
Quando a lua descer
E o sol se apagar
O povo vai ver,
Uma luz brilhante
Um planeta azul
Descerá no horizonte
Rumo ao pólo sul.

E então restará
Só eu e você
Que acreditar
No que tenho a dizer

E então restará
Só eu e você
Que acreditar
No que tenho a vender

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