João grandão
Billy e billFoi no antigo velho oeste, nos Estados Unidos
No estado texano, trabalhando de vaqueiro
Apartando gado bravo com meu cavalo Campeiro
E no final de semana eu deixava a fazenda
E partia pra cidade à procura de uma prenda
Na cidade eu chegava antes de raiar o dia
O caminho até o saloon meu cavalo já sabia
E já, logo na entrada, esperava um menino
Com o seu sorriso largo e o corpo bem franzino
Que levava meu cavalo pra pastar lá no cerrado
E cuidava do Campeiro em troca de algum centavo
O seu nome era João, apelidei de 'João Grandão'
E assim passou a ser meu pequeno amigão
Isso acontecia sempre, já estava acostumado
Mas num final de semana eu fiquei bem preocupado
Já de longe eu estranhei quando entrei pela cidade
João Grandão não avistei, não sabia da verdade
Perguntei do João Grandão, ninguém soube responder
Amarrei o meu cavalo e entrei para beber
Mais um final de semana e a cena se repetiu
Perguntei: Cadê o João? Ninguém sabe, ninguém viu
Esse horário é muito tarde pra que ele esteja na escola
Será que ele está doente ou será que foi embora?
Resolvi investigar, fui falar com o delegado
E na sala de espera eu vi numa mesa ao lado
O retrato do menino com o seu sorriso largo
Então fiquei esperando mais contente e animado
Ao chegar o delegado eu fui logo perguntando
Esse menino da foto é quem estou procurando
Faz umas duas semanas que eu não vejo o amiguinho
Que cuida do meu cavalo com todo amor e carinho
O delegado meio bravo respondeu apreensivo
Que conversa é essa moço? Cê tá brincando comigo?
Essa foto é do meu filho que morreu já faz um ano
Ele foi assassinado e até hoje estou chorando
Eu disse: Meu senhor, me desculpe! Pelos Deuses!
Mas o menino é esse, que eu encontrei várias vezes
Só me responda uma coisa pra que eu tenha certeza
Qual era o seu nome? Me responde com franqueza
Ele abaixou a cabeça e com os olhos cheios d'água
Respondeu o delegado com a voz meio embargada
O nome dele eu vou dizer, preste muita atenção
Esse menino era a minha vida, o nome dele era João!