Bar do biro biro

Numa sexta-feira à tarde na praça do jacaré
E no bar do biro-biro parei pra tomar café
Assisti uma passagem, fiquei de cabelo em pé
Foi chegando um cidadão dirigindo um Chevrolet
Desceu todo entusiasmado e muita terra no boné

Cidadão muito educado e todo cheio de poeira
Depois de várias cervejas procurou pela gibeira
“Prum” gaiato engravatado botou lenha na fogueira
Deixou o carro em garantia fazendo a maior zoeira
Esse golpe é muito antigo, esqueci minha carteira

Sem dizer uma palavra ouvindo com atenção
Engolindo as pirraças que fazia o fanfarrão
Sou gerente de um banco, veja a minha posição
Dar calote é coisa feia, e falta de educação
Vou pagar suas bebidas e que isso sirva de lição

Desculpe meu bom gerente, não preciso de esmola
Nesse meu Chevrolet velho eu tenho uma sacola
Pra pagar o seu salário, que pra mim é irrisório
Um ano do seu serviço, eu adianto na hora
Tiro essa arrogância e sua vida melhora

Eu venho do chapadão, planto soja e tomo mé
Conhecer a bela jales e a praça do jacaré
Tão famosa em Cuiabá, Campo Grande e Poconé
Abraçar o biro biro amigo que botei fé
Isso é mais do que dinheiro, acredite se quiser