Bordô

Febre

Bordô
Sorte é coisa pouca quando é pra ganhar
E o lançar de dados tem a pretensão
De um novo motivo ou um outro bar
Ou um novo vício de imaginação

Febre delirante que me faz andar
Alto e sem controle nesse quarteirão
Fuga, garantia e falta de ar
Rota escolhida pela lentidão

Tantas madrugadas e a mesma roupa
Mais de vinte amores em uma canção
Atendo o telefone com a voz mais rouca
Frio na cidade em pleno verão
Digo, de verdade: É frio, não é saudade
Sinto de verdade... É proibido, mas é vontade

Dos tantos pecados eu cometi todos
Passo minhas noites a pedir perdão
Abro a garrafa e bebo mais um pouco
Tomo mais um copo de dessa maldição
Goles que atiçam minha cabeça louca
Votos que me ferem por tentar guardar
Vozes que me seguem pela rua toda
Dizem o que quero te compartilhar

Me despeço mas não tiro a mão do bolso
Canto mascarado aqui jogado ao chão
Sento do seu lado, nesse calabouço
Frases recortadas e sem tradução
Digo de verdade... É frio, não é saudade
Sinto de verdade... É proibido, mas é vontade

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