B.primos

Pout purri de viola

B.primos
Eu não caio do cavalo nem do burro e nem do galho
Ganho dinheiro cantando a viola é meu trabalho
No lugar onde tem seca eu de sede lá não caio
Levanto de madrugada e bebo pingo de orvalho

Chora viola

Eu ando de pé no chão piso por cima da brasa
Quem não gosta de viola que não ponha o pé lá em casa
A viola está tinindo cantador tá de pé
Quem não gosta de viola brasileiro bom não é

Mundo velho está perdido
Já não endereita mais
Os filhos de hoje em dia já não obedece os pais
É o começo do fim
Já estou vendo sinais
Metade da mocidade estão virando marginais
É um bando de serpente
Os mocinhos vão na frente, as mocinhas vão atrás...

Meu mestre é deus nas alturas
O mundo é meu colégio
Eu sei criticar cantando: deus me deu o privilégio
Mato a cobra e mostro o pau
Eu mato e não apedrejo
Dragão de sete cabeças também mato e não alejo
Estamos no fim do respeito
Mundo velho não tem jeito, a vaca já foi pro brejo...

Gavião da minha foice não pega pinto
Também a mão de pilão não joga peteca
O cabo da minha enxada não tem divisa
As meninas dos meus olhos não tem boneca.

A bala do meu revólver não tem açucar
No cano da carabina não vai torneira
A porca do parafuso nunca deu cria
Na casa do joão de barro não tem goteira.

Cachaça não dá rasteira, derruba gente
A lingua da fechadura não faz fofoca
Pra fazer este pagode não foi brinquedo
Eu me virei do avesso e não sou pipoca.

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