Oxalá
BrazaE pedi ajuda para Oxalá
Consultei os astros para entender
Lua cheia, eu me batizei no mar
Habeas Corpus moral, apneia mental
Imperativo espiritual
O fogo queima, o coral corta
Se não há risco a criatura é morta
Só você pode se conhecer
Seu equilíbrio, sua verdade
Se aquele instinto é uma necessidade
E a trindade nesse trinômio:
Você, seus anjos e seus demônios
Subi a escadaria para me benzer
E pedi ajuda para Oxalá
Consultei os astros para entender
Lua cheia, eu me batizei no mar
O que eu estou fazendo da minha vida?
O que eu estou fazendo da minha vida?
Lambendo a carne viva com o dedo na ferida
Brindando a existência e aprendendo a distinguir
A hora de refrear, a hora de transgredir
Chorando minhas dores, moldando meus valores
Tacou pedra, finto a pedra. Tacou flores, voltam flores
É uma linha tênue, é menos que um semitom
Quando o bom não é o certo, quando o certo não é bom
Subi a escadaria para me benzer
E pedi ajuda para Oxalá
Consultei os astros para entender
Lua cheia, eu me batizei no mar
Ah minha vida toda! Um ato de desapego
Do corpo, do casamento, do parente, do emprego
Fé é confiança, no que quer que se invista
Tem fé o ateu, tem fé o cientista
Me curvo humildemente ante aquilo que não sei
Acredito no Amor, ganho o jogo no fair play
Só não espero a providência pra encontrar a minha essência
Pois não há um salvador que nos tire essa incumbência
Subi a escadaria para me benzer
E pedi ajuda para Oxalá
Consultei os astros para entender
Lua cheia, eu me batizei no mar