Bulgarelli

Vinte e três

Bulgarelli
Desde o primeiro segundo, o mundo nunca mais parou
A cria se pergunta quem criou o criador
O zero absoluto, que vem antes do um
O nada indivisível, infinito incomum
Depois do último instante ninguém sabe pra onde vai
Nem tudo é o bastante, além de tudo ainda tem mais
Pouco sabe aquele que pensa que muito sabe
Todo tolo pensa que é fácil pensar que é sábio

Enquanto o mundo gira devagar eu tenho pressa
Nessa festa só nos resta estar dançando
Quanto menos temos, menos temos à perder
Quando nós crescermos, não teremos que temer

Seguindo um caminho sem sentido a seguir
Tal qual em um labirinto com um fauno a conduzir
O peso que carrego é demais pros meus vinte e três
O barco que navego, é de papel e se desfez
Mas sei que maré mansa nunca fez marujo bom
Se não fosse o silêncio, nada seria do som
Cores de almodóvar num velho filme espanhol
Abaixa o tom da voz e afina a vida em bemol

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