Camaz

Gatilho

Camaz
Puxo o gatilho, mas não literal, emocional
É sempre assim quando ela chega a noite, eu sei, é sempre igual
Faz tempo que já não me sinto assim, eu tava até normal
Já tentou parar teus pensamentos? Cara, surreal

Me abro tanto numa poesia
Mas é uma válvula de escape
Uma segunda via, de uma vida
Mas aqui eu que to no controle
Pensando bem, controle nunca tive, cada verso me consome

Eu faço o que posso quando to sóbrio
Mas é ébrio que me encontro, que me inspiro
Que escrevo tudo que sinto
Duas garrafas de absinto te abstém do pensamento
E um conflito: O que se vive? Se é que ta vivendo

Fala pra mim, 'cê já pensou em desistir?
Todos os dias, nos motivos pra parar
Tem dias que 'cê só se cansa de existir
E tem dias que tiram tua força de continuar

Mas um sonho nunca morre irmão
Só pegar a direção
Eu decido se o destino é profecia ou maldição
Não decido se minhas tentativas todas falharão
Mas já ta decidido que eu não morro na imaginação

Eu nunca vou parar, e sendo assim, pra que a pressa?
Não vou me expôr pra lá, pois eles esperam uma brecha
Só faltam fazer festa quando veem outro na merda
Eu nunca fui bom de xadrez mas eu conheço as peças

Difícil mesmo é mostrar algo tão meu
Fazer arte é fácil, eu quero ver você se expôr
Profissão artista, não me julgam mais que eu
Me sinto sempre lapidando um sonho bom feito de dor

Eu compro a briga com meu próprio eu-lírico
Nossa diferença é que ele não é tão ético
Mas ele que conta minhas histórias, que irônico
Eu sou verdadeiro, mas as vezes ele é assim tão sintético

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