Encruzilhada da vida
Camões e camargoJá sem força pará de cantá
Quando minha viola sem corda
Pendurada num canto ficá
Nesse tempo você moreninha
Soluçando talvez lembrará
Dos prazer que você outrora
Deixou ir-se embora sem aproveitá
É por isso que eu digo morena
Nesse mundo devemos gozá
Um beijinho não tira pedaço
E um abraço não vai machucá
Pois a vida é uma simples fumaça
Com o vento se apaga no ar
Quem não goza sua mocidade
Vê sem piedade a velhice chegá
Você é como a pombinha arisca
Que fugiu e escondeu no pombal
Venha ouvir minha voz na janela
Venha ver como é lindo o luar
Como é bela as estradas do mundo
Onde nós bem podia ir passeá
E juntinho a uma fonte chorosa
Palavra amorosa eu vou lhe falá
Quando um dia teus olhos morena
Ver chorando esta vida acabá
E olhando o passado distante
Do que foi só nos resta lembrá
Essa é a encruzilhada da vida
Onde todos devemos passá
E talvez neste fim de caminho
Nós dois bem velhinhos vamos se encontrá