Império dos ossos
Carlos eduardo taddeoTraz pra mim a traca, com mil cartuchos na fita
Sou mais ser um Al Capone sem direito à fiança
Do que imitar a classe que estupra três em dez crianças
Se mostra o desrespeito aos descartados da sociedade
Jogando seus ossos no fundo de faculdades
Seu capitalismo arrastou João Hélio pelo cinto
Gerou o resgate no fórum com tiro no menino
Se sua carta de intenção no vereador cuzão
Que quer atirar mendigo no mar pra servir de ração
Se lembre da fala do jornalista da TV
Pros Amarildos não tem comissão de direitos humanos, Oab
Ela não tá presente quando afogam no distrito
Quando a polícia arranca olho de suspeito ainda vivo
Na galáxia fome, a filantropia que eu vejo
É dos manos que bancam enterro, ajudam a família de preso
Em vez de seleção torci pras células-tronco
Que curam ganglios estatais em tendões, pele e ombro
Pra que no itaú não tenhamos que percorrer andares
Abrindo cento e setenta cofres particulares
O boy nunca vai participar da justiça reparativa
Que põe frente a frente agressor e vítima
Porque sabe que o rolê em Aspen no teleférico
Vem do ossário municipal e dos corpos esqueléticos
Tô no front enfrentando a ameaça da minimi
Pra massa frontal e occipital não virar mansão no Morumbi
A missão é temor máximo nos metros quadrados
Erguidos com ossos de flagelados descarnados
Tô no front enfrentando a ameaça da minimi
Pra massa frontal e occipital não virar mansão no Morumbi
A missão é temor máximo nos metros quadrados
Erguidos com ossos de flagelados descarnados
Se cada sobrevivente escrevesse suas agruras
Tinha milhões de diários de Anne Frank nas ruas
Manuscritos sobre filho escondendo automática
Na esperança do pai desistir da agência da caixa
Sobre fugitivo fingindo o próprio falecimento
Comprando corpo não reclamado por reconhecimento
Nosso status de humano foi reduzido
A número com sistema respiratório e digestivo
Dessa forma furo em parietal acaba no inquérito
Zero por cento das matanças viram processos
Igual em Yale, em toda universidade tem um grupo
Que faz pacto secreto pra controlar o mundo
Pra livro lido ficar no b, na ordem alfabética
Enquanto a indústria bélica tá no w na favela
Beretta, Boito, Heckler & Koch, Indep
Llama, Mauser, Uku Iw e Winchester
Não era pra nós tá na mira da Divercar pelo doblò
Revendido pro dono por dez por cento do valor
Era pra nós tá derrubando estátua de genocidas
Apagando seus nomes imundos de ruas e avenidas
Quando denuncio as tragédias que assolam o brasil
Me sinto Lamarca na kombi recheada de fuzil
Me sinto decapitando o 171 do voto
Que se elege pra morar no bairro urbanizado
Com os nossos ossos
Tô no front enfrentando a ameaça da minimi
Pra massa frontal e occipital não virar mansão no Morumbi
A missão é temor máximo nos metros quadrados
Erguidos com ossos de flagelados descarnados
Tô no front enfrentando a ameaça da minimi
Pra massa frontal e occipital não virar mansão no Morumbi
A missão é temor máximo nos metros quadrados
Erguidos com ossos de flagelados descarnados
No país onde o álcool é a droga que mais mata
Vapor é exposto como inimigo da pátria
É hilário ser procurado por vender baseado
Quando o comerciante de Brahma
É chamado de empresário
Nosso erro é por a cocaína na sacola
Quando ela é só permitida na lata de coca-cola
Conheça o muro da lamentação com Eppendorf
Filmado pela guarnição pronta pra dar o bote
Sei onde é alicerçado o império do doutor
Que pode ter mil AR-15 como colecionador
Lamento bacana mas não vou jogar estrume em protesto
Vou entrar de Veloster clonado no seu prédio
Com uma loira no volante no país racista
É pane na segurança armada por especialista
Por enquanto é só ônibus incendiado
No futuro prevejo uma pá de carro bomba detonado
Explosivo furtado da pedreira implodindo muralha
Preso liberto em troca de autoridade canalha
Vou acreditar num representante do estado
Quando o Gaeco expôr a ficha do judiciário
Quando o corregedor não der pro Goe a localização
Do que viu o asfixiamento depois da rendição
Só deixo o posto de pesadelo dos ricos mafiosos
No dia que Bugatti não for comprado com os nossos ossos.
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