Carlos

Moleque no corre

Carlos
Parte 1:


Caminhando na contra mão de cabeça virada
A molecada se transforma em soldado na quebrada
Dia e noite acordados pra continuar de pé
Não vivem, sobrevivem, entre a ilusão e a fé
A falta de opção fez o monstro entrar em cena
Tá a milhão pelo mundão tipo Airton Senna
Ponto 40 na cintura, se morrer era ladrão
O descaso social faz do moleque um vilão
Disposição de sobra, não espera acontecer
Mesmo sabendo que antes dos 18 pode morrer
A molecada não quer saber qual vai ser a conseqüência
Tão pronto pro combate, se mantêm na resistência

Coro: Enquanto o corpo não cair no chão
Moleque tá armado e na disposição
Enquanto a arma tiver munição
Moleque tá em cena pronto pra ação
Enquanto a hora dele não chegar
Ele segura a bronca e ataca de HK
Se vacilar o bicho vai pegar
Agora é soldado, não pode mais sonhar

Parte 2:

No alto do morro de olho no movimento
De armamento pesado pra um ser humano tão pequeno
Vai vendo é 10, é 12, se muito 17 de vida
Sem nenhuma perspectiva, entram na vida bandida
Já não conseguem sonhar, a meta é sobreviver
Pra você ver, nem tudo é o que parece ser
Ninguém quer morrer, todo mundo quer viver
Ninguém quer perder, todos jogam pra vencer
Amadurecem cedo pra enfrentar o mundão
Corpo de criança, mente de adulto e muita disposição
Tensão 24 horas, um filme de terror
Soldado, não importa seja lá como for


Coro: Enquanto o corpo não cair no chão
Moleque tá armado e na disposição
Enquanto a arma tiver munição
Moleque tá em cena pronto pra ação
Enquanto a hora dele não chegar
Ele segura a bronca e ataca de HK
Se vacilar o bicho vai pegar
Agora é soldado, não pode mais sonhar


Parte 3:

Mesmo sabendo que podem pagar com a vida
A molecada não quer saber, não vê outra saída
No alto da favela, ganhando tudo de fuzil
Defendendo a boca na direta, vive a mil
Delator na quebrada, é morto e incendiado
Se dever tem que pagar, se não fica embaçado
A vida é curta pra quem tá nessa picadilha
Todo dia alguém morre nas guerras de quadrilha
Caindo na mira do fuzil, grande é o sofrimento
Perdi a conta de quantos no tráfico eu vi morrendo
O clima na favela é tenso, tipo filme de guerra
A gente não é mais nada, depois que tá debaixo da terra


Coro: Enquanto o corpo não cair no chão
Moleque tá armado e na disposição
Enquanto a arma tiver munição
Moleque tá em cena pronto pra ação
Enquanto a hora dele não chegar
Ele segura a bronca e ataca de HK
Se vacilar o bicho vai pegar
Agora é soldado, não pode mais sonhar

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