Carminho

O menino e a cidade

Carminho
Uma a uma, as luzes da cidade vão se despedindo
E o menino, sonhando acordado, espera o seu destino
Que horas lhe tiraram os dias?
Que mãos um dia há de beijar devagar?

Ele sabe que a vida não arde se o sonho é pequeno
E que às vezes poderá queimar-te com seu veneno
À noite a mãe chora baixinho
Sozinha pra não perturbar a cidade
Que hoje dorme sem luar

Não tenhas medo
Se o tempo foge sem razão
Não tenhas medo
Serás maior que a solidão
Que o homem não chora sozinho
Não pode deixar de sonhar

Noite afora, madrugada chora solta pelo vento
E o menino já se foi embora, já cresceu por dentro
Não espera desvendar os dias, já desvendou uma mulher
Faz de conta que já sabe o que ela quer

Não tenhas medo
Se o tempo foge sem razão
Não tenhas medo
Serás maior que a solidão
Que o homem não chora sozinho
Não pode deixar de sonhar

Não tenhas medo
Se o tempo foge sem razão
Não tenhas medo
Serás maior que a solidão
Que o homem não chora sozinho
Não pode deixar de sonhar

Não tenhas medo
Se o tempo foge sem razão
Não tenhas medo
Serás maior que a solidão
Que o homem não chora sozinho
Não pode deixar de sonhar

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