Nada sei
Casa locaNo escuro é que eu me encontro
Não sou absoluto, no final eu boto um ponto
De reticências, quando tá pronto é uma sentença
Só sei que nada sei, busco com obediência
A tão sonhada plenitude do saber de quem não erra
Quem acha que sabe de tudo a cada dia mais se ferra
Vim pra essa terra, mas não foi por opção
Quanto mais abro minha mente, mais eu fecho o coração
Procuro a solução e só encontro mais problema
Nessa situação não sobra espaço pra dilema
Caiu o trema, mas eloquência continua
No som que vem do peito, no som que vem da rua
Onde tem muito cara bom sem espaço no mercado
Tem muito cara ruim com mais um cd gravado
Tentando entender essa questão complicada
Já disse nada sei, nunca vou saber de nada
Já disse que nada sei
Eu nada sei, eu nada sei
Já disse que nada sei
Eu nada sei
O tempo passa e cada eu menos sei
Tento enxergar a vida de acordo com o que passei
E tudo que enxerguei não fico só na lembrança
Ainda procuro ver o mundo com os olhos de criança
Com mais curiosidade, menos inocência
Menos ingenuidade, mais obediência
O braço fica arrepiado a cada nova vivencia
Mas experiência não tem muito a ver com eficiência
E a consciência limpa de quem sabe que não sabe nada
Pode ser o ponto de partida de uma longa caminhada
Onde obstáculos e oráculos vão ficando pra trás
Onde a linha de chegada é só o começo ainda tem muito mais
Me satisfaz uma conversa no busão
Com o tio que vende bala todo dia na missão
Papo vai papo vem mais aumenta minha certeza
Quando menos sei
Muito mais eu sei
Já disse que nada sei
Eu nada sei, eu nada sei
Já disse que nada sei
Eu nada sei, eu nada sei
E de tanto procurar, eu já sei
Que a resposta desse mundo eu não sei
E de cada plano que já tracei
A metade eu digo que já passei
Não sei aonde vou chegar
Só sei, que não posso parar
Só sei que não posso
Que não posso
Que não posso parar