João sem terra
Cenair maicáE fui pra cidade estranha atrás de um sonho ilusório
Deixando meu território disserto meio na canha
Logo na beira do povo encontrei um companheiro
Meu amigo joão barreiro tambem sem terra e sem casa
Que já foi batendo asa na saudação de parceiro
(Numa figueira num terreno solito e abandonado
Ergui meu rancho entonado num chão que era de ninguém
E o joão barreiro tambem, ergueu um rancho barreado
O meu no lombo da terra, parceira que nos abrimo
E o dele aquela obra prima, feita com a asa
E o bico igual palácio de rico me olhando la de cima
Mal ficou pronto meu rancho ja me pediram escrituras
Alvarás de prefeitura e guias do inps
Mas não mexeram parece com meu irmão das alturas
Ainda bem que o joão barreiro não precisa de alvará
Não paga o bnh e usa o barro brasileiro
Mas te cuida joão barreiro que os homem vão te pega
Me vim de volta pra querencia de onde não vão me tirar
E fico a filosofar batendo ao calor da brasa
Talvez se tivesse asa pagasse imposto pra voar
Ainda bem que o joão barreiro não precisa de alvará
Não paga o bnh e usa o barro brasileiro
Mas te cuida joão barreiro que os homem vão te pega
Mas te cuida joão barreiro que os homem vão te pega