Da bíblia do semeador
César lindemeyer
Quem plantou asas de abelhas
Colheu surpresas de mel
Quem plantou sementes n'água
Colheu barcos de papel
Colheu surpresas de mel
Quem plantou sementes n'água
Colheu barcos de papel
(quem teve braços, e enxadas,
E dedos de saraquá
Viu nascer flores nos trevos
E agulhas nos gravatás)
Quem plantou pães para o trigo
E vinhos para os parrais
Sabe que o pão que alimenta
Pode matar logo mais
(quem teve braços, e enxadas,
E dedos de saraquá
Viu nascer flores nos trevos
E agulhas nos gravatás)
Isso aprendi por mim mesmo
Socando a terra em arado
A semente é uma vertente
Que se divide em dois lados
À sombra de um pé de espinhos
Nasce um ar de açucenas
Que ao justo a terra conforta
E aos maus a terra envenena
(quem teve braços, e enxadas,
E dedos de saraquá
Viu nascer flores nos trevos
E agulhas nos gravatás)
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