Cicero

A rua mais deserta

Cicero
Alguém pára no portão
Não se advinha
Ninguém passa do portão
A casa é minha

E a sobrevoar
Dançando no ar
Fuligem de combustão

Na rua mais deserta
Não há do que fugir
Esperando no bar
O tumulto passar
E prosseguir

Na praça que ninguém passeia
Do outro lado do muro
Tá cheio de moleque cheirando solvente pra aliviar
A passear

Na rua mais deserta
Os postes a luzir
A cabeça a rodar
O tumulto a passar
E prosseguir

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