Cíntia savoli

Forjados

Cíntia savoli
Periferia em coma, segue sangrando, se lamentando
Fico até pensando se é certo morrer no engano
Sem pretensão, sem chão, sem remuneração
O que eles chamam de educação: Migalhas de um pão

Sei não... Parece tudo parte de um grande plano armado
Enquanto irmão mata irmão, eles estão coligados
Com o mau que vence o bem. Disfarce dessa pilantragem
Maquiados de um bom pastor, são como lobos selvagens

Trairagem, ganância e desrespeito
Pra mim, quem está defendendo essa corja, se torna suspeito
Defendo os direitos de um povo que sempre foi esquecido
No repartir do bolo, o que mais precisa é banido

Favela em guerra com a periferia, eu diria
Quem vive longe dela é quem mais se beneficia
Alegria, eu teria em ver meu povo exaltado
Lutando por seus direitos, mas, como aliados

Calados vocês são errados. Forjados
Não coligo com os safados. Ganância é mato
Não creio nos seus relatos, nem nos seus atos
Prefiro o anonimato que seus maus tratos.

Meu país é racista e sensacionalista
Pra eles, é melhor não educar e mandar a polícia
Pra resolver o problema que eles criaram
Inaceitáveis, homicidas e incontroláveis

Sem educação, o saneamento é básico
O salário é mínimo, meu pais é fantástico
Meus manos morrendo no álcool
Meus manos morrendo no crack
Ou capturado e algemado pelo gambé do denarc
Quem é que manda as drogas?
Quem é que manda as armas?
Quem foi que fez a guerra?
Quem nos deu esse karma?
É o que parece que eles reservaram pra favela
É tiro na cara, sangue no chão, a mãe chorar e acender vela

E na viela, o irmão que atira no próprio irmão
Enquanto isso, o opressor sorrindo com nossa destruição
O verdadeiro ladrão, age coerentemente
Para se infiltrar e alienar mentes deficientes

Calados vocês são errados. Forjados
Não coligo com os safados. Ganância é mato
Não creio nos seus relatos, nem nos seus atos
Prefiro o anonimato que seus maus tratos

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