À procura da paz
Cirurgia moralEstamos aqui para falar para vocês
Sobre os problemas da vida que muita gente acha maldita
Código Penal na área véi não quero ver seu sangue escorrer pelos seus pés
Violência não nos leva a nada só complica ainda mais a vida
Na nossa área não troque a sua liberdade
Pela vida véi atrás das grades
Chega de idéias suicidas, choro, velas, tristes despedidas
Quem tá guardado não vê a hora de sair
Quem tá guardado daria tudo pra estar aqui
Periferia, alegria, tristeza, virada de mesa
Aonde a morte precocita por aí marcando presença
Mais choro, mais vela, mais uma mãe se desespera, reza
Tiros de lá e de cá, ra-ta-ta-tá
Eu também vou me benzer, eu vou rezar
Não queira ser maluco demais
Não ignore a chance de poder ficar de boa, em paz véi
Não seja um a mais...
É, Guind'art 1-2-1 agora vai levar aí, escuta aí
Distrito Federal pra que brigar deixa o cana, violência pra lá
Nego Boy foi jogado, 121 foi assinado vacilão na Papuda vai ser visitado
Deus falou e tá falado quem com o cano joga, com o cano será jogado
Se fosse você iria se vingar
Deixe essa porra pra lá Deus está ligado
Conscientize seu chegado para mais tarde não ser exterminado
Esperto demais acaba enterrado não me tire como Lock
Não seja o melhor muito menos o pior
Olhe para si e verá imagem e semelhança ao criador
Podemos amenizar o sofrimento e a dor
1-2-1 aqui passou e deixou idéias de valor
Idéias de valor...
Às vezes eu me pergunto por quê?
As noites de hoje em dia se tornam tão violentas por quê?
Ao invés de serenatas de amor e poesias se vê tiros, gritos
Cirenes de polícia, criança na sarjeta, por quê?
Ao invés de belas manhãs vemos manhãs tão sangrentas
A resposta no entanto é difícil de conseguir
Porque às vezes o destino se mostra irônico por aqui
Afinal como encontrar um caminho a seguir fora do crime
Porque dentro dele sonhamos menos, vivemos menos
Sentimos muito menos as coisa boas da vida
Mas em compensação ferimos muito mais para doer muito mais
Porque tudo, tudo é apenas um vôo cego que nos traz a noite
Que nos traz espanto, que nos faz ficar novamente no ar
A explicação do nada é a garantia que temos
De fazermos as coisas sempre da maneira que bem entendemos
Tiro, tiro, fogo cruzado no espaço de nossas ruas
Discussão, arma na mão, histórias que se parecem mais nunca são iguais
Mas o final é sempre o mesmo: é foda, é trágico...
Respeitando todas as quebradas
Não sou otário, ao contrário, valorizo minha área
Meu nome é Rei, a quebra é Sobradinho I
Periferia de responsa algo em comum
Escolha o seu caminho, decida o seu destino
Viver na paz ou então ficar levando tiro
É difícil eu sei, aqui na mira da lei
É enterro, covardia, muito já contei
Pratique a paz véi, esqueça a violência
Incentivo, cabeça, idéia, inteligência
Se quer ganhar respeito não é preciso ser bandido
Pense em sua família proteja os seus filhos
Não deixe que cresçam com ratababy na cabeça
Sem farinha, sem maldade, sem pistola na mesa
É triste ver o fim, mas aqui é assim
Faça por você, nunca faça por mim
Cansei de ver meus chegados serem baleados
De quebradas, achados cadáver estirado
Cemitério São Francisco já muito lotado, é
Mais uma vela só mais um finado
Cirurgia Moral, Guind'art, Código Penal
É só idéia de responsa violência é mal
Quero sobreviver aqui um tempo a mais, e aí?
Por aqui na nossa área só nos resta a paz...
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