O berro das pedras de uauá
Cláudio barrisO cheiro de lá
De uma terra distante
Longe do mar
Trago meu sonho guardado
Num cassuá
Olhe meu rosto, seu moço
Pra que chorar?
Tanto desgosto e desgraça
Não adiantou
Nem a cegueira da morte
Me segurou
Pra que temer, ó seu moço?
Eu quero é teimar
Eu nasci no meio das pedras
De Uauá
Ê, deixa a lua chegar
Deixa incandear
As pedras de Uauá
Ê, deixa o bode berrar
Deixa o berro encantar
O povo que vem de lá
Sigo na luta, labuta
Sem reclamar
Mas nunca deixo, seu moço
De ver o luar
Calo e calor não adianta
Não vou calar
Mesmo com nó na garganta
Pra que chorar?
Foi tanta pedra e espinho
Mas tô aqui
Deus é quem fez o caminho
E eu segui
Pra que temer, ó seu moço?
Eu quero é teimar
Eu nasci no meio das pedras
De Uauá
Ê, deixa a lua chegar
Deixa incandear
As pedras de Uauá
Ê, deixa o bode berrar
Deixa o berro encantar
O povo que vem de lá
Quando eu sinto minha força
Quase a acabar
Eu lembro da moça, seu moço
Que deixei lá
A quem prometi, seu menino
Um dia voltar
Mas vou cumprindo um destino
Pra que chorar?
Um dia eu volto e na mão
Levo uma flor
Mas por enquanto eu suporto
A minha dor
Pra que temer, ó seu moço?
Eu quero é teimar
Eu nasci no meio das pedras
De Uauá
Ê, deixa a lua chegar
Deixa incandear
As pedras de Uauá
Ê, deixa o bode berrar
Deixa o berro encantar
O povo que vem de lá
Ê, deixa a lua chegar
Deixa incandear
As pedras de Uauá
Ê, deixa o bode berrar
Deixa o berro encantar
O povo de Uauá