Cláudya

O bêbado e o equlibrista

Cláudya
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel

E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas, que sufoco louco
O bêbado com chapéu coco fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil, meu Brasil!

Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete
Chora a nossa pátria mãe gentil
Choram marias e clarisses no solo do Brasil

Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança

Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se machucar
Ahhh, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
tem que continuar

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