Do rio grande antigo
Clóvis mendes
Gosto de bailes nos rincões perdidos
Nestes fundões que nem estão no mapa
Porque retorno ao Rio Grande antigo
Do violão, do pandeiro e da gaita
Troteio à noite pelo chão batido
E esburacado do salão de um rancho
Gasto a fivela de esfregar no umbigo
De uma chinoca num tranquito manso
Nestes fundões que nem estão no mapa
Porque retorno ao Rio Grande antigo
Do violão, do pandeiro e da gaita
Troteio à noite pelo chão batido
E esburacado do salão de um rancho
Gasto a fivela de esfregar no umbigo
De uma chinoca num tranquito manso
Não sou de briga não nasci pra isso
Quero da vida os seus bons momentos
E é num farrancho que mora o feitiço
Que vem do fundo de um olhar moreno
A melodia parece nascer
Do bate casco e do assobio do vento
E o rancho velho querendo entender
A vibração dos corações lá dentro
A gaita toca o pandeiro responde
E o violão dê-lhe bordoneio
O pai da moça quer que eu dance longe
E dê uma folga para o sarandeio
Mas não tem jeito quando o amor nos pega
O corpo quente da china é um perigo
E vida afora a gente carrega
Este retrato do Rio Grande antigo
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