Calmaria
Confraria da costa
Antes uma tormenta que essa calmaria
Nada se move até onde alcança o olhar
Nesse chão de água, liso, quieto, nada
Aqui se tem para fazer se não ventar
Nada se move até onde alcança o olhar
Nesse chão de água, liso, quieto, nada
Aqui se tem para fazer se não ventar
Eu ando em círculos em volta do meu posto
Penso se é hoje que eu volto a fumar
A cicatriz me doí no peito e em meu rosto
Sinal de que não tarda a trovejar
Eu ranjo os dentes, ando de um lado a outro
Faço mil planos só pra depois rasgar
Tá tudo tão parado e quieto aqui a bordo
Alguém aqui precisa ferir, sangrar
Mas chega de lamúrias nessa barca imunda
Já é tarde, e me cansei de rosnar
A fim de descobrir quem boia e quem afunda
Podem atirar todos ao mar!
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