Oh! garrafa
Confraria da costa
Serviste os míseros, os justos e os nobres
O juíz, o carrasco, a vítima e o réu
Também o bom, o mal, o forte e o fraco
Serviste caim, serviste abel
O juíz, o carrasco, a vítima e o réu
Também o bom, o mal, o forte e o fraco
Serviste caim, serviste abel
E o alanco que deste à oratória
Sem receber a mínima menção
E até as cartas dos marujos naufragados
Carregaste pela arrebentação
Agora como ousa um covarde ingrato
Arrancar-te de tua nobre função
Teria ocorrido ao juízo
Do infame que atreveu-se a lhe impunhar
Da glória de sua notória história
Ao reduzir-te à arma em uma briga de bar
Estraçalhando-te na cabeça alheia
Por vão motivo que não vale assinalar
Esquecendo que o que corre-lhe na veia
Sem ti jamais poderia circular
Antecipando assim a melancolia
Que cedo ou tarde sentaria em nossa mesa
Pois o que dói mais do que vê-la vazia
É ver estraçalhada sua natureza
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