Que aflore em mim
Meu lado oculto, sem medo dos riscos
Sem receios

Que venham a mim
Os devaneios proibidos dos loucos varridos
Cuspidos em sons

Que eu não me cale
Perante o riso espúrio dos párias
Entediados

De olhos vidrados
Narcotizados pela ignorância imersos no ócio
Crucificados

Que eu não fraqueje
Me chamem herege mas prefiro crer
No amor

Pois até a dor
Bem pode ser a negação do fim, enquanto restar o sonho
O sonho...

Que do meu tédio
Brotem demônios
A me inspirar formas de tentações
Eu quero o grito, o acorde maldito
Fluindo denso em indigestas porções

Pois sou um cão
Eu sou um cão vadio
Ladrando insone, reclamando do frio

Eu sou assim
Eu sou assim...Êh

Porque ainda não me rendi
Porque ainda não me vendi
Porque ainda não abri mão
Do sonho... Do sonho

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