Morrendo de saudade
Damasco e damascenoPra terra querida onde eu nasci
Rever meus amigos, traçar novos pranos
Onde os desenganos eu não conheci
Ver a escolinha na encosta da serra
E a mestra querida quem ensinou-me a ler
E dizer a ela meu muito obrigado
Por ter me ensinado, um dia, o abc
Quero ouvir de novo o marulhar das águas
Descendo as cascatas, correndo pro mar
O velho paiol lá na beira da mata
Com a escora do lado e o vento a soprar
Meu cachorro amigo, fiel companheiro
Que olhava o terreiro onde ia brincar
Hoje está velhinho com rugas na testa
Mas faz sua festa ao me ver chegar
Rever novamente a mesma moenda
Na antiga fazenda onde me criei
Ouvindo a batida da velha porteira
Que foi companheira com quem eu brinquei
Ter a sombra amiga da enorme paineira
Frondosa e autameira sempre a balançar
Seu tronco cansado, parece feliz
Quantos colibris vem às flores beijar
Meu torrão querido, aqui estou cantando
Com a alma chorando, querendo ficar
Distante de tudo eu vivo sonhando
Meus velhos amigos querendo abraçar
Porém o destino traçou meu caminho
Que triste e sozinho hoje estou vivendo
Eu vim pra minha terra pra matar a saudade
Mas eu voltarei de saudades morrendo