Estância do caty

Numa tarde fria do mês de maio
Fui olhar a eguada lá do caty
Estância grande de gente campeira
Campo fronteiro ao quarai

Mangueira de pedra e piso de terra
Guardando a tropa pra ser revisada
Éguas crioulas de origem fronteira
Potrada ao pé pra ser desmamada

Estância de cria e terneiros berrando
Gado pesado de trevo e capim
Este é o retrato do rio grande antigo
Fronteira do mundo cerquita de mim

No cinamomo defronte as casas
Um corriedale já pendurado
Cordeiro gordo em campo de pedra
Vai pingar graxa na brasa do assado

Dentro do rancho, charla e violão
E o minuano teimando em entrar
“Un gaucho” a cantar as coisas daqui
E todo o tempo do mundo a sonhar