Romance na tafona
Délcio tavares
Maria, florão de negra
Pacácio, negro na flor
Se negociaram por meses
Para uma noite de amor
Pacácio, negro na flor
Se negociaram por meses
Para uma noite de amor
Na tafona abandonada
Que apodreceu arrodeando
Pacácio serviu a cama
E esperou chimarreando
Do pelêgo fez colchão
Do lombilho, o travesseiro
Da badana fez lençol
Fez estufa, do braseiro
A tarde morreu com chuva
Mais garoa, que aguaceiro
Maria surgiu na sombra
Cheia de um medo faceiro
A negra, de amor queimava
Tal qual, o negro na espera
E incendiaram de amor
A tafona, antes tapera
A noite cuspiu um raio
Que correu pelo aramado
Queimando trama e palanque
Na hora desse mandado
E o braço forte do negro
Entre rude e delicado
Protegeu negra maria
Do susto desse mandado
Maria, florão de negra
A negra de amor queimava
Tal qual, o negro na espera
E incendiaram de amor
A tafona antes tapera
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