Poema do viajante
Denis gerais
Seu môço, tem coisas que acontecem na vida da gente, coisas que até assustam, outras que nos deixam contentes! a vida pode ser muitas vezes interessante para uns, para outros talvez, apenas uma grande bobagem, mas sabemos que estamos neste mundo vivendo só de passagem! E em tudo devemos dar graças a Deus nosso criador, e é por isso que é o meu dever falar, sei que não sou professor, mas não adianta pensar ao contrario, estamos na mão de Deus e seguimos o nosso calvário! Veja bem o fato que aconteceu, ainda consigo lembrar de uma noite no ano passado em que eu fui dormir sem orar. depois de um dia de trabalho já cansado cheguei em casa com uma fome imensa, tomei um banho,não jantei, me sentei no sofá, liguei a televisão, mas o sono me roubou e nem percebi já estava adormecido. Sem pensar que algo muito importante eu teria esquecido. Sonhei que era um viajante, que vivia andando daqui pra ali,sem ter onde chegar, fui fazer uma viajem pelo interior mineiro, rodei em tantos lugares, sem ter um paradeiro, mas até que um dia eu estava em uma estrada de uma cidadezinha, não me lembro o nome que tinha, era tarde de Dezembro! e eu cansado de cavalgar parei meu cavalo Ravengar, apeei debaixo de uma árvore pra poder descansar. Era tarde! mais ou menos umas 18 horas, me lembro como se fosse agora! como estava muito cansado, eu não queria ir embora, o tempo estava voltado pra chuva, eu estava sentindo frio, tremendo igual um rel, na verdade já estava pingando encima do meu chapéu! de repente tudo ficou meio cinza, talvez pela noite que chegava ou era pela tempestade que se formava, de repente veio uma ventania, algo muito estranho acontecia! pois as árvores não balançavam e nem se mexiam, as folhas não caiam e tudo em seu perfeito lugar permaneciam, era um silencio profundo, tudo estava muito esquisito, era coisa do outro mundo! olhei assim para o lado do estradão, ao longe avistei uma casinha, assim bem pequenininha lá no meio do Matão, notei que perto da janela, tinha um lampião de candeia e quanto mais ventava, mais a chama aumentada, logo montei em meu cavalo, sai em disparada fui até lá, procurar um abrigo. Pensei que talvez poderia até encontrar um amigo! pois a gente que viaja tanto, encontrar um conhecido naquele lugar não seria nenhum espanto, fui lá pra aquela casinha meio estranha no meio do matagal, tinha uma porta, uma janela e um pequenino quintal, desmontei, nem bati palmas, logo vi o proprietário, um senhor já velho e solitário, vestindo uma calça remendada, estava sentado na porta daquele casebre já bem longe da estrada, e ele com uma voz rouca e bem cansada, estava cochichando sozinho, pois notei que ali, não tinha nenhum vizinho! era apenas um homem comum que com a sua bengala, estava a rabiscar o chão, umas palavras que não entendi, mas me chamaram a atenção! é seu moço fiquei atormentado com aquela sena e gritei assim pro velho "com quem estais a falar? ou está bravo, por que eu estou chegando assim sem avisar?" se for, eu me anuncio, nem precisa o senhor mandar! eu sou Idenilson Gerais, venho de longe! tenho fome, tenho sede e preciso de uma rede pra poder me encostar, pois já faz tempo que eu estou viajando e o cansaço agora está me atormentando, me desculpe se eu te assustei, pois o senhor não me conhece, eu não sou destas bandas, tantos lugares já andei, mas por aqui eu nunca passei! quando esta casa eu avistei pra outro lado eu não olhei, no meu cavalo eu montei e foi aí que aqui cheguei. Então aquele velho me deu uma olhada, levantou a cabeça, ajeitou o seu chapéu de couro, aí eu notei que na sua boca, só tinha dentes de ouro. Nesta hora um frio arrepiou o meu corpo, pensei meu Deus! nossa senhora! O que está acontecendo agora, mas aí o velho me disse" Há meu filho! não precisa ir embora, eu já sabia que um dia você iria chegar, antes mesmo de você em seu cavalo montar, por estas estradas já se passaram muitos cavaleiros, viajantes, desordeiros, gente pobre e com dinheiro, outros que vivem a caminhar, mas vai chegando, vai entrando, pode tirar suas botas, aproveite, tem comida no fogão, como eu já sabia que vinha, matei logo uma galinha, dentro da panela tem uma farofa quentinha, tem até pinga da roça! e aquela pimentinha e tudo que você gosta. Vai lá, pendure o seu paletó, tire o chapéu, e não se preocupe com o cavalo pois ele vai ficar bem! não se preocupe com nada, pois isso não te convém! já faz muitos anos que moro aqui sozinho e em mesmo um passarinho, nesta casa nunca vem! Talvez você pensa que eu vivo solitário, mas eu vou te dizer ao contrario, eu também sou viajante, conheço o mundo inteiro e ando sem gastar dinheiro, num minuto estou aqui e o outro em Bagdá! Esta vida é mesmo cruel, eu já tive até no céu, mas eles não me querem por lá! Falo qualquer idioma, converso muita gente, sou inimigo do silencio, adoro o esquecimento e vou dizer neste momento, já fiz muita crueldade, mas a vezes até me considero "o salvador da humanidade"! É seu moço! nesta hora eu fiquei preocupado e até admirado, como é que aquele velho lá nos confins do mundo tão abandonado, sabia tanto? e pra mim causar mais espanto, olhei assim pro canto, logo vi um baú velho muito estranho, estava fechado, então eu notei "que alí tinha um trem errado". Na verdade, muita coisa eu estranhava, mas na fome que eu estava, pra dentro da casa eu entrava e pra mim causar mais assombro, ouvi um gemido que vim do outro cômodo: Hô meu filho vai embora, este lugar não te convém!. Nessa hora abri uma porta, olhei pro lado e não vi ninguém, pois a voz que eu ouvia vinha de muito além! e no seu jeito de falar, era tão baixo, quase nem dava pra escutar, mesmo assim não percebi o que estava acontecendo, se eu soubesse teria saído lógo correndo, logo me sentei em uma cadeira, que estava perto de uma mesa que faltava uma perna, peguei o prato, coloquei a comida, enchi o copo de água tirada lá da cisterna, como eu estava com sede, peguei lógo um montão, mas antes de levar a boca, lembrei de fazer uma pequena oração, pois isso é um costume que eu tenho! sempre agradeço a Deus por tudo que ele me dá, sabia que naquela casa eu teria um lugar pra descansar! talvez quem sabe uma rede, um pouco de comida e água pra matar a sede, se Deus não tivesse posto aquele velho bondoso no meu caminho eu estaria naquela estrada sozinho! É seu moço! naquela hora levantei a mão e disse " Pai nosso que estais no céu, santificado seja o seu nome!" Não deu tempo de terminar pois o velho ficou furioso e gritou nervoso " Que pai nosso que nada! pra que o nome dele tu clamas? pois eu que te alimento e é ele quem leva a fama? ofereço-te comida na mesa e por que é que o nome dele tu clamas? eu disse não estou reclamando apenas agradecendo, pois foi Deus quem criou a terra e tudo que nela á e se não fosse por ele o senhor não estaria a onde o senhor está! o velho ficou nervoso, eu notei pelo seu jeito, saia fogo nos olhos, gaguejava e batia no peito. "_veja o modo que me tratas! você não sabe quem eu sou, pois eu já existia bem antes do seu avô, se Deus fez o peixe, eu fiz a cobra que rasteja sobre a terra, mas não vamos fazer guerra, pois você é meu convidado! vou ficar aqui na sala, pode comer a vontade, já notei os seus olhos e sei que tem autoridade. mas me respeite por favor, antes que a chuva se cala, e saiba que "nesta casa o nome de Deus não se fala"! Seu moço nesta hora me levantei, segurei o meu chapéu na mão e disse "Acredite se quiser, pois eu prefiro morrer de fome que ter que me alimentar na casa de Lúcifer!" E mesmo com ele me olhando, me botei de joelhos no chão, fui pedir ao nosso Deus criador, protetor pra me tirar daquela tentação! na mesma horas eu só escutei um estouro, foi quando o céu se abriu, vi um monte de anjos cantando, batendo palmas e dando assovio,"era fésta no céu! tinha anjo pra todo lado! e uma revolução de repente se formava, foi quando eu notei que a casa toda se abalava, foi um barulho imenso, nos quatro cantos do mundo estava se ouvindo, quando o chão da casa estava se abrindo e aquele velho ia sumindo, foi engolido pela terra se transformando em poeira, dai um anjo me explicou, bem no pé da minha orelha: que aquele velho não era nada, era apenas um lobo vestido de ovelha! seu moço foi um alivio tão grande,fiquei tão aliviado, naquela hora acordei daquele sono pesado, percebi o que se passou, aprendi a lição e agora posso falar, pois até hoje eu me lembro foi um sonho que eu tive no dia 24 de Dezembro em que eu fui dormir sem orar! e por isso peço a você, que nunca se esqueça de Deus, pois ele está lá no céu e enquanto nele você crer, mesmo que estejas na beira do inferno ele vai te proteger.
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