Mesmo que você não possa vêr
Denis strogComo um sonho de Verne, a certeza na mente
No inverso kamikaze da minha paixão desenfreada
Escondo nos olhos entre o contato das lentes
O sinal é fraco e a luz é verde no meu modem
Meio ilhado, desacreditado, desbotando. . .
Tento acordar os motores com o combustível que me resta
E vejo na fresta o olhar da vizinha esperando. . .
Fecho meu corpo com água e sal
Juro verdades que eu nem acredito
Minto metades de verdades inteiras
Nego mentiras, pois nunca foram ditas
Eu sou uma nave camuflada no quintal da minha casa
Mesmo que você não possa ver, lá estou
Como um toco de cigarro na marquise que você não vê
Mas eu sei que está lá porque fui eu quem jogou
A frase submersa no lago que você não pesca
Eu sou a presa que você fisga e solta
Um peixe que você não compra porque não tem preço
Para todas as outras coisas, dinheiro
Eu tenho uma nave camuflada entulhando a minha casa
Não tenho mais quintal nem marquise
Queimei tudo nas decolagens sem rota
E meu cinzeiro já não comporta mais os filtros
Andei pensando,
Vou doar a nave para um asilo
A maturidade chega quando não se tem mais sonhos
E afinal de contas, o topa tudo não iria mesmo dar nada por ela