Primeiro ato

Cada rima que construo é mais um tijolo no muro
Quero que meu trabalho seja singular ao mundo
Eu vou fazer a diferença mesmo sem a sua crença
Piso no tapete, chuto a porta e não peço licença
Mas sem ofensa, na ofensiva eu me garanto
Eu meto bala no alvo e não me escondo nos cantos
Pude escapar, enquanto vários atiravam
Não pude descansar ou abaixar a minha guarda
Muitos vão olhar, falar, fingir não acreditar
Enquanto eu tiver algo pra outro alguém roubar
Ninguém tá interessado no fraco, não
Se o interesse é derrubar, gigantes interessarão
Não é por nada, mas minha palavra tinha sido dada
Que eu ia quebrar firmas com palavras carregadas
Se meu objetivo fosse só um sonho bom
Minha voz hoje estaria muito longe desse som
Brisa sonora no refrão de um relato
Faz a divisa entre o certo e o errado
Veste a farda e se prepara soldado
Cena 1, ação, esse é o meu primeiro ato
Filmes podem passar, mas minha vontade não
Levar minha mensagem como luz na escuridão
Pode criticar, mas não vai prosseguir
Mas não falem bobagens sobre como devo agir
Quem dá muita opinião, pouco vai fazer
Ou tu conquista o mundo ou o mundo conquista você
Batalhar por um sonho, e somente isso
E se quer isso, tem que abraçar o compromisso

Não leva a ilusão de din fácil no caminho
Hoje tem muitos contigo, amanhã tu tá sozinho
Nada de falatório sobre a minha postura
Talvez o que eu quero seja pura loucura
Minha voz vai cruzar ruas, avenidas e calçadas
Ecoar todos os becos, percorrer todas estradas
Vão atravessar headphones e alto-falantes
E que atropelem as faces dos ignorantes