Dispô e magalhães

Nuvem companheira

Dispô e magalhães
O sol se escondeu para a nuvem chorar
E descontar a fúria em nós
O vapor ti machucou e seus olhos irritou
Só lhe resta desabar
A janela fechou, o camponês se recolheu
E o mundo cai lá fora sem dó
Quem estiver na estrada, vai ter que ouvir
A pobre nuvem desabafar

Eu vou caminhar em meio a tempestade
Conservar as minhas saudades
E chorar junto com firmamento
Eu vou abraçar a enxurrada
Ver minha alma consolada
Nuvem companheira

O céu escureceu, melancolizou
Com uma tormenta sentimental
A natureza enlouquece
O nordeste agradece pela tristeza alheia
Não consegue se sustentar
Com a dor que veio do mar
O carrasco evaporou
Uma frente fria vem
O calor se esvaiu
Põem a lenha na lareira

Eu vou
Eu vou esperar o sol raiar
Ver a nuvem parar de lacrimejar
(Acordar para um novo dia)
Eu vou caminhar de cabeça erguida
Vou tocar a minha vida
(Nuvem passageira)

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