Do culto ao coma

Porão de repúdio

Do culto ao coma
Descer com a razão
Não vai compensar nada
Ver no tempo o único bem
O faz vítima com hora marcada
Vencer é a prova do fim pro começo
Certo de um jeito avesso

Sem querer, você vai lembrar
Se, sem querer, você se lembrar

Trancado num porão de repúdio
Essa é a liberdade que escolheste para ti

Dizer com demência:
“Somente posso existir”
Ninguém requer tanto conceito
Ao ver o desejo de sumir
Essa vontade de se esquivar
Não te deixa aceitar o adeus

Ter uma meta pra chamar de sua
Usar a vida como desculpa pra não fazer nada
Repetir quase com demência
Que basta apenas existir
Pensa que dura pra sempre
Me ofende sem motivo aparente
Pela perfeição do momento
Você estraga o que deveria ser eterno
È a deixa de um ator encenando o inferno
Se, sem querer, lembrar da sua existência com ternura
Vai afogá-la com as drogas mais profundas
Não ter saudades da própria história:
Trancaste num porão de repúdio

Sem querer, você vai lembrar
Se, sem querer, você se lembrar

Trancado num porão de repúdio
Essa é a liberdade que escolheste para ti

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