Carta a modernidade

Enquanto roda ao som da dança
ao ver a roda de seus patins
Enquanto a roda da ciranda
se limitou ao riscar do giz

Mas como toda agua bruta se expande ao caminhar
ao limitar a força que gira a roda devagar
na correnteza que sutilmente cria e faz
o poder do tempo aliado ao limiar de ser capaz

Se a gente precisa é do que não desmancha
porque o que é sólido com o vento vai embora
e toma forma de tudo o que precisa ser
Se a gente quer o futuro que não evapora
porque o momento de sorrir não é só agora
e é preciso se libertar pra voar e crescer

Alguem esqueceu de falar do mar...
Não me trouxeram cartas de revolução,
Ainda que o mar pareca revolto ao olhar
Que a revolta do mar seja o azul do céu então

Alguem esqueceu de falar ao mar...
Que não chegaram cartas da revolução,
Ainda que o mar pareca revolto ao olhar
Que a revolta do mar seja a terceira visão
de um céu...
mais azul...