Poesia de capacete

Mãe, se lembra daquele tempo
Em que eu brincava na chuva
E corria descalço pra lá e pra cá
E você preocupada
Me mandava pra casa
Dizendo que era pra não me gripar

Mãe, aqueles banhos de chuva
Que você aos gritos tentava
Tentava me impedir
São hoje da minha infância
As melhores lembranças, são elas
Que hoje me fazem sorrir

Você nunca ouviu dizer
Que a dor e o prazer sempre andam juntos
E que viver faz mal?
Essas minhas cicatrizes
Que você acha horríveis
Cada uma conta uma história legal

Tentando me convencer
Você me fala da morte
Mas a morte é da vida a maior garantia
Deixar de viver
Por medo da morte
É suicidar-se todos os dias