Meu negócio É no estalo

De tudo que fiz na vida, procurei fazer o melhor
Nunca dei um passo errado, nunca dei ponto sem nó
Ninguém me leva no bico, porque eu não sou bocó
A conversa de malandro eu já sei ela de cor
Eu não caio do cavalo, meu negócio é no estalo, numa chicotada só

Cantoria é meu trabalho a viola é meu xodó
Eu fico mais assanhado quando eu tomo uns goro
A cachaça me incendeia, me da força no gogó
Eu já passo a mão na viola e faço uns forrobodó
Não tem truque nem mandinga, eu tomo 1 litro de pinga numa talagada só

Eu já fui um galo índio que bateu num carijó
Já fiz muito valentão, deitar e rolar no pó
Quando a briga era no braço eu descia o mocotó
Quando era no cacete, dava pancada sem dó
Já lutei com um dragão, fiz ele beijar o chão numa cacetada só

Na vida fui escravo, apanhei que dava dó
Quem luta sempre com fé, um dia sai da pior
Hoje não sou mais escravo, porque Deus é o maior
Eu vivo na mordomia, ando cheio do boró
Cada um faz o que pode, escrevi esse pagode, numa canetada só.