O tempo e os sonhos
Elo da correnteas caixas te confundem quando batem com atraso.
Meus pés descalços n'água rasa e transparente,
me dão a sensação de liberdade ao consciente.
Mas não, o chão é cinza assim como horizonte,
aqui a água é não potável, não tem fonte.
A gente almeja o que não pode ter sem agradecer,
por tudo que temos e não nos deixa perecer.
Aparecer alguns quiseram... se perderam,
vieram outros os mesmos erros cometeram.
Não se trata de jogar o jogo, é diferente,
quem fala realmente do que sente?!
O tempo é louco não desdenha eu desenrolo,
sempre pondo em prática os planos que eu bolo.
Descolo por um triz um jeito de burlar e ser feliz,
sendo constante e com caráter de aprendiz.
Coerente com o que vivo, entendo e observo,
interessante às amizades que conservo.
Vagando num pedaço de mundo feito de sonho,
ás vezes musicando a tal vivência que eu disponho...
Refrão
As horas passam, os dias correm,
os anos morrem, os sinais não disfarçam.
Os tempos passam, os homens correm,
os sonhos não morrem, as lágrimas não disfarçam.
Eu me aprumo e toco a vida sob caminhos melódicos,
nesse mundo sem harmonia e de valores tão módicos.
Espaço nada lógico pra quem não crê no trabalho duro,
eu já traçei meu rumo a gente se vê no futuro.
Os apuros que passei me fizeram ser quem sou,
quase tudo que hoje sei foi o tempo que ensinou.
Eu caio mas me levanto, cada vez mais forte.
Meus medos os expulsei, de certo já tenho a morte.
E isso é o bastante pra eu buscar em cada instante,
as respostas pras perguntas desta vida angustiante.
Inquieto eu sigo adiante, calo-me ao que é relevante,
só quero o necessário e não cifras exorbitantes.
Mas não há porque fingir o mundo é torto e confuso,
e a cada dia que passa mais nele me sinto intruso.
Eu recuso os seus atalhos, sei bem como é o trabalho
faço das minhas linhas uma colcha de retalhos.
Caio e PG comigo nesse árduo caminho,
ninguém falou que ia ser fácil enfrentar o mundo moinho.
As horas passam, os dias correm e nem vemos
é como Leminski disse: Distraídos venceremos!