A fábula do lobo que amou a lua
Elo soleneDespida de estrelas, coberta por crendices,
À noite em que um homem tolo amou a lua,
Amantes do impensável derrotaram a tolice.
Por toda a floresta refletia seu luar,
A sua imponência conquistava quem olhasse,
E o homem se mutava a ponto de uivar,
Deixou que a insanidade obscura o dominasse.
Apenas um humano que a ausência transformou,
Deixou sua família porque algo o atraía,
Em uma matilha semelhança encontrou,
Sabia que um porém vivamente o conduzia.
Nunca outro alguém ousou o contestar,
Deixou a selva rude, nomeada de urbana,
Aquilo nunca mais seria o seu lar,
E não se contentou, nem com uma cabana,
Integrou-se ao mato, que lhe fazia bem,
E esqueceu de fato que um dia fora homem.
Tudo pela sua... Idolatrada lua,
Que não o abandonara na dura solidão,
Ela o visitava sempre que podia,
E ele aguardava com muita excitação.
Uma vez por mês, bem longe da aldeia,
No meio da floresta ele amava a lua cheia.
Esta é a fábula de uma noite nua,
A fábula do lobo, a fábula da lua.
Esta é a fábula de uma noite nua,
A fábula do lobo que amou a lua.